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Do Mais Goiás | Em: 13/09/2019 às 18:24:06
Thaynara Cunha - Do Mais Goiás - Em: 13/09/2019 às 18:24:06
Um estudo realizado pela juíza goiana Aline Tomás, da 2ª Vara da Família de Anápolis, constatou o aumento de 30% dos acordos jurídicos em audiências de conciliação familiar quando as partes tomaram suco de uva. A pesquisa faz parte do mestrado em Direito e Políticas Públicas que a magistrada cursa na Universidade Federal de Goiás (UFG).
O experimento foi realizado entre abril de dezembro de 2018. Foram analisadas 659 audiências de conciliação. A análise foi feita em duas salas semelhantes. Em 304 delas foi servido água e em 345, suco. “Enquanto na sala que possuía água havia 45,4% de acordos, na que era servido suco os acordos chegaram a 76,27%”, explica Aline.
Segundo a magistrada, a ideia surgiu a partir de um estudo realizado em Israel. A pesquisa aponta que juízes bem alimentados antes das audiências tendiam a ceder mais liberdade aos julgados. Por isso, Aline passou a estudar como seria a glicose aplicada ao corpo humano. “A glicose é o principal gatilho de recompensa ao cérebro. Normalmente as pessoas chegam às audiências com o sistema de punição ativo, então com o suco o sistema de recompensa é estimulado e as partes ficam mais suscetíveis à comunicação, a ouvir o outro”, completa.
A juíza destaca que o líquido era servido mas o consumo era opcional. “Os que não ingeriam tinham um resultado de 45,4%, ou seja, igual da sala que tinha apenas água”, diz. Segundo ela, a média de acordos no Brasil é de 11,5%. Desta forma, o número alcançado pela pesquisa é expressivo (76,27%). Diante disso, o projeto foi apresentado ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para que o procedimento seja aplicado nas demais audiências. “Futuramente pode ser expandido para o Brasil”, finaliza.
A nutricionista Roberta Oliveira avalia que por mais que se trate uma boa iniciativa o experimento realizado não dá condições para concluir que o suco de uva ou qualquer outra bebida açucarada possa aumentar a calma das pessoas. “O que ela fez foi levantar uma hipótese, jamais afirmar”, diz.
A profissional ressalta que um estudo científico publicado recentemente relaciona o aumento da agressividade da pessoa com baixa de glicose e colesterol. “Esse estudo também leva em consideração outras variantes, que são os aspectos hormonais, genéticos e ambientais desse indivíduo”, conta.